Educação Física

sexta-feira, 16 de abril de 2010

JUDÔ







Judô

O Judô obedece a princípios rígidos de uma cultura oriental milenar, que tem no seu bojo uma disciplina envolvendo respeito e obediência ao extremo. A conquista desses valores, muitas vezes, se dá por meio de gritos e imposições. No Japão, o Judô é um esporte obrigatório nas escolas e todos estão acostumados, desde os primeiros anos de vida, a esse tipo peculiar de educação, que é inerente a sua cultura. O Judô chegou ao Brasil por meio dos imigrantes japoneses.
A fim de procurar transformar o Judô numa luta moderna e atraente, a Federação Internacional de Judô, após acurados estudos, fez com que as regras sofressem inusitadas modificações, particularmente a partir de 1973.

História

O Judô é uma arte marcial esportiva. Foi criado no Japão em 1882, pelo professor de Educação Física Jigoro Kano. Ao criar essa arte marcial, Kano tinha como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal, além de desenvolver o físico, espírito e mente. Esta arte marcial chegou ao Brasil no ano de 1922, em pleno período da imigração japonesa.
O Judô teve uma grande aceitação no Japão, espalhando, posteriormente, para o mundo todo, pois possui a vantagem de unir técnicas do jiu-jitsu (arte marcial japonesa) com outras artes marciais orientais.
Jigoro Kano resolveu modificar o tradicional jujutsu, unificando os diferentes sistemas, transformando-o em um poderoso veículo de Educação Física, chamando o seu novo sistema de Judô.
Um dos primeiros torneios de Judô foi realizado no dia 01 de maio de 1931 na cidade de Araçatuba, estado de São Paulo.
O Judô no Brasil passou a ser organizado e largamente difundido a partir de agosto de 1933, com a fundação da Hakkoku Jûkendô Renmei, a Federação de Judô e Kendô do Brasil, por ocasião do 25o aniversário da imigração japonesa ao Brasil. Do lado do judô, foram membros fundadores as seguintes personalidades: Katsutoshi Naito, Tatsuo Okochi, Teruo Sakata e Zensaku Yoshida.
Um fator relevante na história do judô foi a chegada ao país de um grupo de nipônicos em 1938. Tinham como líder o professor Ryuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do esporte do quimono.


Luta e regras

As lutas de Judô são praticadas num tatame de formato quadrado (de 14 a 16 metros de lado). Cada luta dura até cinco minutos para homens e quatro minutos para mulheres. Vence quem conquistar o ippon primeiro. Se ao final da luta nenhum judoca conseguir o ippon, vence aquele que tiver mais vantagens.
Durante um combate um judoca jamais pode ser atendido por um médico, a não ser que tenha algum sangramento, caso se machuque, ele tem duas opções;é atendido por um médico e desiste do combate ou continua lutando mesmo machucado.
Ao começar um combate, os judocas tem que cumprimentar o arbitro principal, e depois se cumprimentarem e aguardar a ordem do juiz para iniciar o combate .
.O judoca imobilizado tem trinta segundos para escapar de seu rival, caso trance as pernas no quadril ou em uma das pernas do imobilizador, a contagem para imediatamente.
.No solo, o judoca imobilizado pode estrangular, ou aplicar uma chave-de-braço, podendo o oponente tentar se livrar, ou desistir batendo a mão três vezes no tatame.



Ippon: o objetivo do Judô é conquistar o ippon (ponto completo). O ippon é conquistado quando um judoca consegue derrubar o adversário, imobilizando-o, com as costas ou ombro no chão durante 30 segundos. Quando o ippon é concretizado, o combate se encerra.

Wazari: outra forma de conquistar o ippon é através da obtenção de dois wazari, que valem meio ponto (vantagem). O wazari é um ippon que foi aplicado de forma incompleta, ou seja, o adversário cai sem ficar com os dois ombros no tatame.

Yuko: quando o adversário vai ao solo de lado. Cada yuko vale um terço de ponto.

Koka: menor pontuação do Judô. Vale um quarto de ponto. Ocorre quando o adversário cai sentado. Quatro kokas não gera o final da luta, embora ele seja acumulativo.

Objetivo do Judô

De acordo com Jigoro Kano, o Judô é o caminho para a utilização eficaz das forças físicas e espirituais. Treinando os ataques e defesas, o corpo e a alma se tornam apurados e a essência do Judô torna-se parte do próprio ser. Desse modo o ser aperfeiçoa a si próprio e contribui com alguma coisa para valorizar o mundo. Aqueles que pretendem seguir o caminho do Judô devem inserir este ensinamento em sua alma.
Outros objetivos que Kano procurou desenvolver foram os seguintes:
· Cultura e desenvolvimento do físico;
· Cultura e desenvolvimento da vontade e da moral;
· Capacidade de competir vitoriosamente.

Uniforme

Os competidores usarão um judôgi obedecendo às seguintes condições:
a. Robusto e feito de algodão ou outro material semelhante, em boas condições (sem remendos nem rasgões). O material não deve ser grosso ou espesso de forma a evitar que o oponente faça a pega;
b. De cor azul para o primeiro competidor e branco ou quase branco para o segundo competidor;
c. Marcas permitidas.
I. Abreviaturas Olímpicas Nacionais (nas costas do casaco);
II. Emblema Nacional (no lado esquerdo do casaco). Tamanho máximo 100 cm quadrados;
III. Marca do fabricante (na extremidade inferior da frente do casaco e na extremidade inferior da perna esquerda das calças). Tamanho máximo 25 cm quadrados;
IV. Marcas nos ombros (desde a gola – ao longo dos ombros – pelo braço abaixo – em ambos os lados do casaco). Comprimento máximo 25 cm e largura máxima 5 cm;
V. Indicação da classificação (1º, 2º ou 3º) nos Jogos Olímpicos ou nos Campeonatos do Mundo, numa área de 6 cm x 10cm na extremidade inferior esquerda do casaco.;
VI. O nome do competidor pode ser usado no cinto, na parte frontal inferior do casaco e na parte frontal superior das calças e medirá no máximo 3 cm x 10cm. Também o nome do competidor ou abreviatura podem ser colocados (impressos ou bordados), por cima da abreviatura olímpica nacional, mas de forma alguma numa posição que evite que o oponente agarre a parte de trás do casaco. O tamanho das letras terá no máximo 7 cm de altura e o comprimento do nome no máximo terá 30cm. Esta área retangular de 7 cm x 30cm deverá estar localizada a 3cm abaixo da gola do casaco e a identificação das costas deverá estar fixada 4cm abaixo desta área.
O casaco deve ser suficientemente comprido de forma a cobrir as coxas e deverá no mínimo atingir os pulsos, quando os braços estão caídos ao lado do corpo. O corpo do casaco deve ser usado com a parte esquerda por cima da direita e deve ser suficientemente amplo de forma que se sobreponha a 20 cm do nível da base do tórax. As mangas do casaco poderão no máximo atingir a articulação do pulso e estar no mínimo a 5 cm acima da mesma articulação. Deverá existir um espaço de 10 cm a 15 cm entre as mangas e o braço (incluindo ligaduras), em todo o comprimento da manga.
As calças, sem quaisquer marcas, devem ter comprimento suficiente para cobrir as pernas e deverão no máximo atingir a articulação do tornozelo e estar a um mínimo de 5 cm acima da mesma articulação. Deverá existir um espaço de 10 cm – 15 cm entre a perna e a calça (incluindo ligaduras) em todo o comprimento da perna da calça.
Um cinto forte, de 4 cm ou 5cm de largura, de cor correspondente à graduação deverá ser utilizado por cima do casaco e ser suficientemente comprido para dar duas voltas à cintura e ficar com 20cm a 30cm de cada lado depois de atado com um nó direito, apertado de modo a impedir que o casaco fique demasiado solto.
As competidoras deverão usar sob o casaco:
i) Uma camiseta branca simples ou quase branca, com mangas curtas, resistente, suficientemente comprida para ser usada por dentro das calças, ou:
II) um maillot branco ou quase branco com mangas curtas.
Se o Judôgi de um competidor não estiver de acordo com o estipulado neste artigo, o árbitro deverá ordenar ao atleta que troque, o mais rapidamente possível, por um judôgi que satisfaça o estipulado. O Judôgi suplementar do competidor deve ser levado pelos treinadores para a sua cadeira que se encontra junto da área de competição. Para verificar se as mangas do casaco dos competidores respeitam o comprimento requerido, o árbitro fará com que o atleta levante ambos os braços, completamente estendidos para frente, à altura dos ombros, enquanto efetua o controlo.
Formas de cumprimento (rei-ho)
A prática do Judô é regida por cortesia, respeito e amabilidade. A saudação é o expoente máximo dessas virtudes sociais. Através dela expressamos um respeito profundo aos nossos companheiros. No Judô, há duas formas de expressarmos: tati-rei ou ritsu-rei (quando em pé) e za-rei (quando de joelhos). Esta última é conhecida por saudação de cerimônia. Efetua-se as seguintes saudações:

Tachi-rei ou Ritsu-rei
Ao entrar no dojô bem como ao sair; Quando subir no tatame para cumprimentar o professor ou seu ajudante; Ao iniciar um treino com um companheiro, assim como ao terminá-lo.

Za-rei
Ao iniciar, bem como ao terminar o treinamento; Em casos especiais, por exemplo, antes e depois dos KATA; Ao iniciar um treino no solo com o companheiro, bem como ao terminá-lo.

Os três princípios

Os princípios que inspiraram Jigoro Kano quando da idealização do judô foram os três seguintes:

Princípio da Máxima Eficiência com o mínimo de esforço (Seiryoku Zen’Yo)
Princípio da Prosperidade e Benefícios Mútuos (Jita Kyoei)
Princípio da Suavidade, ou seja, o melhor uso de energia (Ju)


Projeção de quedas

Ashi-Guruma Deashi-Barai
Hane-Goshi Hane-Maki-Komi
Harai-Goshi Harai-Tsuri-Komi-Ashi
Hiza-Guruma Kata-Guruma
Koshi-Guruma Kosoto-Gake
Kosoto-Gari Kouchi-Gari
Ogoshi OgurumaOkuri-Ashi-Harai Osoto-Gari
Osoto-Guruma Ouchi-Gari
Sassae-Tsuri-Komi-Ashi Seoe-Nague
Soto-Maki-Komi Sukui-Nague
Sumi-Gaeshi Sumi-Otoshi
Tai-Otoshi Tani-Otoshi
Tomoe-Nague Tsuri-Goshi
Tsuri-Komi-Goshi Uki-Goshi
Uki-Otoshi Uki-Waza
Ura-Nague Ushiro-Goshi
Uchimata Utsuri-Goshi
Yoko-Gake Yoko-Guruma
Yoko-Otoshi Yoko-Wakare



Proibições

No Judô não são permitidos golpes no rosto ou que possam provocar lesões no pescoço ou vértebras. Quando esses golpes são praticados, o lutador é penalizado e, em caso de reincidência, pode ser desclassificado.

Graduações

No Brasil, as graduações do Judô são feitas através das cores das faixas, que são amarradas no quimono. São elas (de menor nível para o maior):
Branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta – 1º Dan, preta - 2º Dan, preta - 3º Dan, preta – 4º Dan, preta – 5° Dan, vermelha e branca – 6º Dan, vermelha e branca – 7º Dan, vermelha e branca – 8º Dan, vermelha – 10º Dan.
Inicia-se com a faixa branca sem limite de idade, e para ir da faixa branca para a cinza, é preciso ter, no mínimo, seis anos de idade, e três meses com a faixa branca.

Judô esporte e suas lesões

Assim como em outros esportes, o atleta pode ter boas condições e praticar por muitos anos e utilizar seu corpo fluentemente, mas se for exigido de forma exagerada ou incorreta pode rapidamente desgastar-se e reduzir sua vida no esporte.
Para evitar lesões o judô segue alguns fundamentos como aprender a cair, a derrubar e se movimentar, mesmo assim pode haver lesões, mas é principalmente em níveis competitivos que a maioria delas ocorre (PETRI & BARBOSA, 2004).
Os mecanismos das lesões podem ser classificados, segundo Leadbetter (1994), como contato ou impacto, sobrecarga dinâmica, excesso de uso, vulnerabilidade estrutural, falta de flexibilidade, desequilíbrio muscular e crescimento rápido.
Carazzato (1995) mostrou que o judô foi o esporte que mais necessitou de atendimento em um centro esportivo na área de lesões. Lesões nos membros superiores são encontradas com muita freqüência na pratica do judô, sendo o ombro, o mais lesionado.
A reabilitação atlética não inclui apenas a restauração completa do desempenho restrito, mas se esforça também para um nível de condicionamento maior do qual o atleta possuía antes da lesão.



Federações e Confederações

Com milhares de praticantes e federações espalhados pelo mundo, o judô se tornou um dos esportes mais praticados, representando um nicho de mercado fiel e bem definido. Não restringindo seus adeptos a homens com vigor físico e estendendo seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento significativo no número de praticantes.
As competições internacionais de Judô são organizadas pela IFJ (Federação Internacional de Judô). No Brasil, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) organiza os campeonatos nacionais.


Referências:
http://www.fpj.com.br/arbitragem/arbitragem.php?id=regras_artigo03.htm
http://www.coladaweb.com/educacao-fisica/judo-introducao-basica-e-fundamentos.
Livro: JUDÔ – Da escola à competição – Carlos Ferreira
dos Santos Baptista, 2003
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